As intervenções estão integradas no Plano de Recuperação e Resiliência e vão decorrer durante o ano de 2025. Esta intervenção tem ainda a sua continuidade assegurada durante mais 20 anos através de financiamento nacional, que permitem a sua manutenção e valorização a longo prazo.
O projeto teve início através da criação da Área Integrada de Gestão da Paisagem – RIO SEIA que visa uma abordagem territorial integrada por forma a dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala local com o objetivo de promover a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da encomia rural.
Nesta Área Integrada de Gestão da Paisagem vão ser criadas condições necessárias para o desenvolvimento de Operações Integradas de Gestão da Paisagem executadas num modelo de gestão agrupada da responsabilidade da ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior como entidade gestora, e que tem como principal objetivo de reconversão de culturas e de valorização e revitalização territorial, bem como o programa de monitorização a implementar.
Em linhas gerais a Matriz de Transformação da Paisagem definida pela ENERAREA prevê; - a reconversão de Olivais para Culturas temporárias e pastagens melhoradas associadas a Olival, - a reconversão de Pastagens espontâneas para Florestas de sobreiro, - reconversão de Florestas de espécies invasoras para Florestas de sobreiro, e - a reconversão de Matos para Superfícies de Agroflorestais.
Este projeto torna-se ainda ambientalmente mais impactante uma vez que a ENERAREA pretende promover nesta área projetos de sequestro de carbono ou de redução de emissões de gases com efeito de estufa, gerando créditos que podem ser transacionados no futuro Mercado Voluntário de Carbono em Portugal.
Esta OIGP faz parte do projeto integrante de 62 Operações Integradas de Gestão da Paisagem com pareceres de um conjunto de entidades como a DGT, CCDRC, ICNF, AGIF,APA, ANEPC, FA, CM Seia e DGADR, que no seu conjunto corresponde a uma área na ordem dos 100 mil hectares e a mais de 331 milhões de euros que vão ser investidos em ações de Reconversão e Valorização da economia da floresta.7
Segundo as entidades envolvidas na análise à Matriz de transformação da paisagem fica demonstrada uma redução da vulnerabilidade aos fogos rurais, uma vez que as alterações apresentadas são válidas e terão um impacto positivo na redução da vulnerabilidade do território da AIGP, em resultado da ocorrência de incêndios rurais graves. Este impacto é demonstrado e sustentado pelos resultados das simulações de comportamento do fogo onde é percetível a alteração dos fenómenos físicos que descrevem o comportamento do fogo, assim como o modo como os incêndios percorrem o território da AIGP antes e depois da transformação da paisagem.