Os Governos tem procurado, promover mecanismos e medidas para impulsionarem o associativismo dos proprietários e produtores florestais, tendo sido criados, desde então, vários documentos legislativos e programas de financiamento que potenciem o agrupamento bem como o cadastro.
A ENERAREA no que são as suas linhas orientadoras e estratégia para o seu território tem direcionado alguns dos seus projetos para a área florestal, desde logo os projetos de cooperação transfronteiriça com Espanha, França e Inglaterra.
A necessidade de estudar soluções no território na vertente da BIOMASSA levam a ENERAREA a participar no Projeto PROMOBIOMASSE – Interreg Sudoe que se destina a impulsionar o mercado energético da Biomassa Florestal. Através da sua participação foi desenvolvido um Modelo de gestão da oferta e procura num conceito de "circuito curto" com soluções para os problemas atuais como a destruturação da oferta, o “minifúndio” da propriedade florestal e os métodos de exploração florestal menos eficientes.
Este modelo integrado de gestão da biomassa florestal a nível local implica toda a cadeia de valor desde o proprietário da floresta até ao consumidor final, e entre outras ações, prevê a criação de cursos de formação para os responsáveis pela gestão do mercado da biomassa nos territórios envolvidos. O projeto enfrenta um desafio comum, mas cada contexto territorial é único e cada parceiro apresenta desafios específicos por forma a dar resposta aos problemas territoriais existentes.
É com esse propósito e ambição que a ENERAREA através do Centro de Biomassa para a Energia desenvolveram um Estudo que visa apresentar a Viabilidade da Criação de uma Rede de Parques de Logística, e Tratamento de Biomassa Florestal Residual. O objetivo dos Parques de Recolha e processamento de Biomassa Florestal Residual visa disponibilizar infraestruturas e equipamentos de processamento de biomassa que incentivem e promovam a remoção da carga combustível existente nos povoamentos florestais permitindo, a diminuição de concentração de material residual, rentabilização dos equipamentos industriais de pré tratamento, valorização da biomassa pela sua transformação num material mais homogéneo, fácil de manusear, transportar e consequentemente, diminuir o custo de transporte para distâncias superiores. Esse estudo recentemente concluído a apresentado aos seus municípios associados, procura agora estrategicamente ” encaixe “ em linhas financiadoras para a sua implementação na região.
Estrategicamente o projeto visa:
Na continuação da sua linha estratégica de projetos na área da biomassa para a região a ENERAREA juntamente com um grupo de entidades públicas e privadas de Portugal e Espanha, desenvolvem atualmente o projeto de cooperação territorial transfronteiriça, designado de GEFRECON, GEstão FloREstal CONjunta, que, além de pretender promover a redução do risco de incêndio florestal no território POCTEP pretende mobilizar recursos para a implementação de ações para que se alcance a gestão agrupada dos territórios florestais e se minimize o risco de incêndio, valorizando os subprodutos da floresta, designadamente a biomassa florestal residual proveniente de ações de gestão florestal, como desbastes, desramações e corte final (ramos, bicadas e cascas), bem como os matos sob coberto e em áreas de incultos e a madeira sem valor comercial proveniente de áreas percorridas por incêndios.
Com efeito, uma gestão florestal sustentável é essencial para prevenir incêndios, mas também deve garantir rentabilidade económica, tanto para a floresta de produção como para a floresta de conservação, e o papel da biomassa florestal residual assume aqui uma enorme importância.
Neste âmbito, o GEFRECON aposta na implementação de planos conjuntos, assentes em estratégia territorial supramunicipal. Encontram-se em curso cinco planos-piloto de gestão conjunta do território, sendo que dois destes decorrem em Portugal, um promovido pela RNAE/ENERAREA no território das beiras e serra da estrela e o outro pela CIM ALTO MINHO no seu território. Os parceiros envolvidos neste projeto adquiriram maquinaria florestal que colocaram à disposição dos Municípios do seu território para ações de silvicultura preventiva e operações de limpeza resultantes de podas e atividades agrícolas.
Foi ainda desenvolvido recentemente pela ENERAREA - Agência Regional de e Energia e Ambiente do Interior em estreita colaboração com os restantes sócios do projeto uma ferramenta para avaliar os recursos florestais existentes nos territórios abrangidos pelo projeto. O GEFRECON_SIG, disponível em http://www.sigamcb.pt/visualizador/gefrecontem como objetivo avaliar e analisar possibilidades de gestão conjunta, calculando o potencial de biomassa florestal residual, permitindo mobilizar recursos para uma gestão conjunta das áreasflorestais sem qualquer tipo de gestão ou em situação de abandono.
O modelo conceptual que permitiu cria aferramenta sig permite ainda fazer uma análise aos custos de recolha e transporte da biomassa residual desde o local de corte até ao centro de logística ou ao local de aproveitamento.
Acresce ainda dar nota do envolvimento da ENERAREA no projeto do qual a AMCB - Associação de Municípios da Cova da Beira é parceira – O BIOFRONTERA II – no âmbito da iniciativa Interreg V A – POCTEP numa estratégia territorial energética e ambiental a criação de um projeto piloto Espanha/Portugal de monitorização, vigilância/rescaldo utilizando drones equipados com camaras NDVI e Camaras térmicas e sensores lidar. Dar nota que também este projeto prevê a aquisição de equipamentos contra incêndios e proteção de infraestruturas.
‘’O conjunto de projetos na área florestal tem um orçamento participativo da ENERAREA de cerca de 350,000.00 €, que estrategicamente podem alavancar diretamente projetos em mais de 5.000.000,00 €, e que no entendimento da ENERAREA são enquadráveis com as necessidades prementes do território Beiras e Serra da Estrela e que devem ser implementados através do Plano de Recuperação e Resiliência em parceria com entidades locais’’ , refere o Dr. Carlos Santos, diretor da Agência.