27-01-2020

O projeto Promobiomasse passa à ação

Depois de duas edições de sucesso, fruto da parceria entre a Associação das Agências de Energia e Ambiente - Rede Nacional (RNAE) e a E-REDES, o Encontro Nacional Energia e Território consolidou-se como um espaço de referência na discussão das temáticas energéticas. A terceira edição decorreu no passado dia 9, na Covilhã, na Universidade da Beira Interior (UBI), reunindo mais de 200 participantes para um debate aprofundado, descentralizado e próximo dos agentes que lideram a transição energética.

Os parceiros do projeto Promobiomasse  - o Centro de Ciencia y Tecnología Forestal de Cataluña (CTFC), a sociedade pública do Governo da Navarra, Navarra de Suelo y Vivienda, SA (NASUVINSA), a Agencia Extremeña de la Energía (AGENEX), a Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior (ENERAREA), do norte de Portugal, a Communauté de Communes du Plateau de Lannemezan (CCPL), do departamento francês de Hautes-Pyrénées, e a Association des Communes Forestières des Pyrénées Atlantiques (COFOR64), dos Pirenéus Atlânticos –, reuniram no passado dia 21 de janeiro na sede do Turismo de Oloron-Sainte-Marie para avaliar os dois primeiros anos de desenvolvimento do projeto e programar a implementação das ações-piloto para desenvolver em cada território o Modelo Integrado de Gestão Sustentável do Mercado da Biomassa em Circuito Curto no Espaço Sudoe desenvolvido durante o projeto.

Promobiomasse é um projeto de cooperação transnacional que pretende impulsionar o mercado energético da biomassa florestal no território SUDOE (sudoeste da Europa), com as vantagens que isso significa: redução do risco de incêndios, geração de emprego no meio rural, avanços na transição energética e oportunidades de desenvolvimento sustentável. Para além das entidades parceiras referidas, participam também outras 19 associadas. O orçamento total do projeto é de 1,4 milhões de euros, dos quais o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder) colabora com um milhão.

Análise e ações-piloto do projeto

Durante a reunião de Oloron-Sainte-Marie, a consultora GAP, avaliadora externa do projeto, apresentou aos parceiros os resultados do Relatório intermédio de avaliação, realizado através de inquéritos a entidades associadas e especialistas participantes no Comité Técnico Transnacional do projeto. O relatório avalia positivamente o inventário de Boas Práticas no setor e o modelo de gestão do mercado da biomassa elaborado no projeto, que é classificado como “integral, relevante e de aplicação no conjunto dos territórios”. Também se sublinha a necessidade de avançar no envolvimento dos agentes do setor e incidir na difusão do projeto, tendo em conta os importantes exemplos enunciados como Boas Práticas e Casos de Estudo de Sucesso em todo o território Sudoe e que se podem encontrar traduzidos nas 4 línguas do projeto no website do mesmo, https://promobiomasse.eu/.

No comité, os parceiros também apresentaram os projetos-piloto de experimentação do modelo que serão desenvolvidos em cada território no ano 2020. No território dos Pirenéus Atlânticos já foi implementado um “Clube de Utilizadores” de caldeiras de biomassa que reúne os agentes das autoridades locais e empresas encarregadas da gestão das caldeiras de biomassa na zona dos Pirenéus Atlânticos, com o objetivo de fomentar a troca de experiências e o aumento das competências dos agentes encarregados da gestão dos equipamentos e melhorar assim o seu funcionamento. Na região dos Altos Pirenéus vai ser desenvolvida uma ferramenta digital de caracterização das massas florestais que facilite a mobilização dos recursos florestais de propriedade privada, assegure a rastreabilidade dos produtos florestais e ajude na coordenação e ação conjunta na gestão florestal. A Nasuvinsa projeta a construção e colocação em funcionamento de um centro de armazenamento de biomassa florestal em Aoiz, para abastecer as caldeiras de biomassa dos edifícios de habitação social da Nasuvinsa e outras instalações futuras que possam ser impulsionadas pelo setor público, para cumprir as exigências de economia baixa em carbono e de redução dos consumos de combustível fóssil na Comunidade. A Agenex, na Extremadura, atuará nas comarcas de La Siberia, Hurdes e Sierra de Gata para eliminar as barreiras administrativas, legais e de estrutura da propriedade florestal e oferecerá cursos de capacitação técnica para a gestão integral da cadeia de valor da biomassa dirigidos a agentes locais (técnicos municipais, empresas de biomassa, operadores de caldeiras e proprietários de terrenos de arvoredo). O Centro de Ciencia y Tecnología Forestal de Cataluña, de seu lado, vai impulsionar na Catalunha modelos e técnicas de extração sustentáveis em alta montanha através de maquinaria inovadora e formação para a melhoria das condições de trabalho.

A próxima reunião terá lugar no Sabugal (Centro de Portugal) no mês de outubro, coincidindo com a Feira EnerTech de energias renováveis, onde o parceiro português, a Enerarea, apresentará o seu plano de armazenamento e distribuição de biomassa para pequenos proprietários florestais.